De pernas para o ar em meio a montanhas
Um menino planta uma bananeira para impressionar um grupo de meninas que admiram sua acrobacia em um prado alpino no chamado "Corredor de Wakhan", na província de Badakhshan, no nordeste do Afeganistão. esta é uma das áreas mais pobres e remotas do país: grande parte da região, habitada principalmente por nômades, só é acessível a cavalo ou por meio de longas caminhadas que podem durar dias. O fotógrafo Jason P. Howe registrou a cena e inscreveu a foto no concurso "Foto do Ano da UNICeF", do qual se originam as imagens das duas primeiras páginas.
Negócio tóxico
Em Acra, a capital de Gana, na África, um garoto joga uma TV descartada no chão para conseguir tirar os componentes de metal de seu interior e vendê-los. Na favela local de "Sodoma e Gomorra" - nome baseado nas cidades bíblicas do pecado - o lixo eletrônico dos países industrializados é uma importante fonte de renda. Kai Löffelbein registrou a cena. Quando as crianças desmontam os aparelhos, derretendo uma parte e queimando a outra, elas entram em contato com substâncias tóxicas, como chumbo e selênio e seus vapores, sem nenhuma proteção.
No país da escassez
Pequenos órfãos cantam na aula de música em uma creche na cidade de Hoju, na Coreia do Norte, fotografadas por Jürgen Escher. Graças à ajuda humanitária alimentar estrangeira, esses meninos e meninas têm o suficiente para comer. Muitas outras crianças nortecoreanas não passam tão bem, pois o país é assolado por uma terrível epidemia de fome: uma em cada três crianças com menos de cinco anos é cronicamente subnutrida. Sem a ajuda externa, a situação seria muito mais grave. A Coreia do Norte é governada por uma ditadura que isolou o país do resto do mundo.
Fenômenos polares
Cientistas desvendam os últimos enigmas da formação das luzes polares.
As luzes, ou auroras polares, brilham quase sempre, embora em geral sejam fracas demais para serem observadas a olho nu. Só ocasionalmente elas se transformam, em poucos segundos, naqueles espetaculares fenômenos luminosos que parecem cobrir o céu com "cortinas vaporosas de luz".
As luzes coloridas aparecem quando elétrons colidem com átomos e moléculas de gás na alta atmosfera. Os pesquisadores acreditavam já ter desvendado há tempos, de onde os "elétrons celestiais" tiravam a energia necessária para desenvolverem uma "velocidade turbinada": segundo sua teoria, com os elétrons e núcleos de hidrogênio que o formam, o chamado vento solar levaria o campo magnético do Sol até a Terra. Nesse processo, as linhas do campo magnético solar se conectariam às terrestres - no lado diurno do nosso planeta -, separando-se de novo a uma distância entre 100.000 e 200.000 quilômetros da Terra, para se unir novamente entre si. Essa interação libera energia em forma de "ondas de Alfvén", que aceleram a viagem dos elétrons do vento solar rumo à Terra, eletrizando as luzes polares até o ponto da visibilidade a olho nu.
Mas essa explicação apresentava um problema: de acordo com a teoria da Física, as ondas de Alfvén, que transportam as partículas do vento solar, são lentas demais. Para percorrer os 100 mil quilômetros mínimos, elas teriam de gastar cerca de quatro minutos desde o seu ponto de partida até a Terra - mas as medições mostraram que o "modo turbo" da luz polar já é acionado pouco menos de um minuto depois que as linhas do campo magnético se reconectam de novo.
Agora, cálculos simulados realizados por Michael Shay, da Universidade de Delaware, nos Estados Unidos, sugerem que, além das ondas de Alfvén "normais", provavelmente também se formam as chamadas "ondas cinéticas de Alfvén" (KAW, na sigla em alemão): elas transportam os elétrons muito mais rapidamente até a atmosfera terrestre do que as ondas de Alfvén comuns. Como em uma tempestade, primeiro o raio atinge a Terra e só depois se escuta o som do trovão.
Fonte (referência):
GEOSCÓPIO. 2012. Texto publicado na revista GEO. Disponível em: <http://revistageo.uol.com.br/cultura-expedicoes/35/artigo255831-1.asp>. Acesso em: 12 ago. 2012.
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