quinta-feira, 19 de junho de 2014

0 Série - CORPO HUMANO (part. 4 FINAL)

A articulação coxofemoral


Articulação coxofemoral
A osteoporose, ou perda óssea, enfraquece todo o esqueleto de pessoas mais idosas, principalmente a coluna vertebral e a região da bacia. Não se sabe ainda exatamente o que provoca a desmineralização óssea e por que a delicada estrutura de células, fibras de colágeno e sais se torna porosa, esburacada. A perda de massa óssea pode ser particularmente intensa em mulheres nos primeiros 5 anos após a menopausa. Para evitar deformações dolorosas como a hipercifose (vulgarmente chamada de "corcunda", o aumento anormal da concavidade anterior da coluna dorsal) ou fraturas do colo do fêmur. Os especialistas aconselham a prática de esportes e muita movimentação física.

A articulação do joelho


Articulação do joelho
A artrose, o desgaste das articulações, apresenta-se com frequência nos joelhos. Devido à sobrecarga extrema, durante toda a vida, o amortecedor condilar fica cada vez mais fino, menos elástico e mais rígido. Com o tempo, os tecidos ao seu redor podem se inflamar. Isso resulta em uma grosseira deformação das superfícies de contato e uma redução da capacidade de deslizamento da patela pelo côndilo femoral. Por fim, talvez haja uma ameaça do "endurecimento" da articulação. Um dos grandes fatores de risco é a obesidade. Em razão disso, os médicos aconselham a perda de peso excessivo.

Quando a cartilagem sofre desgaste


Se nenhum acidente provocou danos aos joelhos, as alterações naturais nesta articulação geralmente só se apresentam após os 50 anos de idade. O tecido cartilaginoso deixa de poder armazenar tanta água como antes, o colágeno, parecido com um gel deslizante, perde sua elasticidade. A camada cartilaginosa que recobre as extremidades dos ossos torna-se mais fina, rígida e suporta menos pressão. O adensamento dos tecidos estreita as vias de trânsito dos nutrientes e a expulsão dos resíduos. Pois a cartilagem, uma estrutura semelhante a uma esponja como os discos intervertebrais, se alimenta por meio de processos de sucção e eliminação de líquidos sinoviais que banham a articulação do joelho dentro da cápsula articulatória. Quando o tecido sinovial inflama, ocorrem dores fortes, o joelho incha e a articulação enrijece. Uma inflamação artrítica pode acarretar uma artrose, ou seja, um desgaste mecânico das superfícies da articulação, e vice-versa.

Misteriosa artrose


O processo de surgimento de uma artrose é complexo. Fatos mecânicos e bioquímicos agem em conjunto. Onde começa o processo? No osso ou na cartilagem? A origem estaria em enzimas hiperativas ou em um sistema imunológico hiperativo? O que provoca o processo do envelhecimento? Qual é o papel de exigências excessivas ou erradas da articulação, por exemplo, por meio de uma obliquidade pélvica, profissão, esporte ou uma musculatura fraca das pernas? Alguns especialistas consideram principalmente a obesidade acentuada ou o trabalho físico pesado como causas da exigência excessiva crônica e do desgaste precoce das articulações. Outros estão pesquisando fatores genéticos, que desempenham um papel no processo, mas de modo algum levam automaticamente ao surgimento de problemas. Sabe-se com certeza apenas que a cartilagem constitui o pivô do problema, mas que muitas outras estruturas como músculos, ossos, meniscos, ligamentos, tendões, tecidos gordurosos e bursas também têm sua participação nesse processo.

Raio X
Além disso, o grau de desgaste da cartilagem não se correlaciona com a intensidade da dor. Durante muito tempo, a distância entre os ossos do joelho, visível em uma radiografia, era considerada como indicação para avaliar o grau da doença, quanto menor a distância, mais grave o dano, pois o tecido cartilaginoso não é visível em uma imagem de raio X. Mas de acordo com diagnósticos radiográficos, 70% dos americanos com mais de 70 anos sofrem de artrose, embora somente a metade deles também desenvolva dores sintomáticas. Lesões em ligamentos, tendões ou nos meniscos dos joelhos são diagnosticados hoje em dia por meio de tomografias de ressonância magnética.

Por isso, os médicos geralmente recomendam uma artroscopia como complementação de processos de imageamento tanto para fins diagnósticos como terapêuticos. Na artroscopia diminutos instrumentos cirúrgicos e micro-câmeras são inseridos no joelho por meio de cânulas. Mas o método também é bastante controvertido, pois ele pode provocar lesões e infecções na articulação. Injeções de ácido hialurônico parecem aliviar as dores, mas são incapazes de eliminar suas causas. A maioria dos anti-inflamatórios tomados por via oral (produtos antirreumáticos não esteróides, NSAr) não são mais eficientes que a aspirina, mas prejudicam muito mais o estômago.

No caso de dores persistentes, pode-se injetar cortisona diretamente no joelho. Mas injeções frequentes não são recomendáveis. A acupuntura alivia a dor.

Tratamentos médicos com sanguessugas
Melhor que qualquer terapia padrão é o tratamento com sanguessugas. Embora elas não possam deter a deterioração cartilaginosa, esses anelídeos, criados especificamente para fins medicinais, transferem uma mistura de diversas substâncias ao local da mordida que, em 80% das pessoas tratadas com esse método, reduziu consideravelmente as dores. O efeito desse tratamento dura cerca de 3 meses.



Fonte (referência):

QUANDO algo no esqueleto dói. 2012. Disponível em: <http://revistageo.uol.com.br/cultura-expedicoes/23/quando-algo-no-esqueleto-doi-poucos-sintomas-atormentam-tantas-211720-1.asp>. Acesso em: 14 jul. 2012.

segunda-feira, 16 de junho de 2014

0 Profilaxia para a AIDS, será?

Pílula para evitar a AIDS, será que conseguimos descobrir uma profilaxia para esse vírus?

Testes clínicos que analisam o uso de antirretrovirais como forma de prevenir a Aids produziram resultados divergentes sobre a sua eficácia. Os resultados de três grandes estudos realizados na África e publicados na "New England Journal of Medicine" levantam questões sobre que grupos se beneficiariam, e como deveriam ser administrados os tratamentos, dizem os autores.

A proposta, conhecida como profilaxia pré-exposição (PrEP), consiste em pessoas saudáveis que tomam antirretrovirais para evitar que sejam infectadas pelo vírus ao manterem relações sexuais com parceiros infectados.

Um estudo citado pela revista, que incluía casais heterossexuais em que uma pessoa tinha Aids, mostrou que se reduzia entre 67% e 75% o risco de contrair a doença entre os que tomavam o medicamento.

O estudo, conhecido como Partners PrEP, foi realizado entre 2008 e 2010, em Uganda e Quênia, com mais de 4.700 casais, e ministrava aleatoriamente aos casais que não tinham a doença uma dose diária de tenofovir, uma combinação de tenofovir e emtricitabina, ou um placebo.

Nos dois primeiros casos, os participantes apresentavam uma proteção "significativa", ou de "magnitude semelhante" entre os homens e as mulheres, segundo a pesquisa.

A adesão ou prosseguimento do tratamento foram altos neste estudo: 82% dos participantes selecionados aleatoriamente mostraram níveis detectáveis dos fármacos, enquanto os autores estimam que 92% prosseguiram com o tratamento.

Outro estudo citado na publicação teve que ser interrompido em abril de 2011, porque o grupo que recebia o remédio não mostrou um nível de proteção maior do que o que recebia o placebo.

Este estudo, conhecido como FEM-PrEP, foi um teste controlado aleatório de 2.120 mulheres em Quênia, África do Sul e Tanzânia. Entre elas, 33 mulheres que faziam o tratamento contraíram a doença, contra 35 que tomavam o placebo.

O estudo mostrou uma taxa de adesão ao tratamento muito menor (40%), e uma relação muito maior de efeitos colaterais, como náusea, vômito e problemas nos rins e no fígado.

O fato de que muitas mulheres que participaram do estudo consideravam ter um risco pequeno de contrair o HIV pode ter contribuído para a baixa adesão ao tratamento.

Um terceiro estudo, chamado TDF-2, do qual participaram 1.219 homens e mulheres em Botsuana, mostrou que a profilaxia pré-exposição teve uma taxa de eficácia de 62% em adultos heterossexuais sexualmente ativos.

Estudos anteriores haviam mostrado que a proposta podia reduzir os casos de HIV entre homens homossexuais em 44% no total, embora tenha havido taxas maiores entre os homens que tomava a pílula com maior regularidade.
Mecanismo de replicação do Vírus da AIDS

"Por que os resultados são diferentes ao longo dos diferentes estudos realizados até hoje não está claro", destacam, em um editorial que acompanha os trabalhos, Myron Cohen, da Universidade da Carolina do Norte, e Lindsey Baden, do Brigham and Women's Hospital, em Boston.

Um painel da Agência de Alimentos e Medicamentos americana (FDA) recomendou este ano a aprovação do uso da pílula para prevenir a Aids, e a decisão do órgão é aguardada para dezembro.

As questões a serem consideradas envolvem que tipo de população poderia ser mais beneficiada, quando começar e interromper o tratamento, como evitar a resistência ao remédio, que efeitos colaterais ele poderia ter, e como garantir que o tratamento não estimule comportamentos de risco, como o sexo sem proteção.



Fonte (referência):


SHERIDAN, Kerry. Pílula para evitar a Aids levanta questões. 2012. Disponível em: <https://br.noticias.yahoo.com/pílula-evitar-aids-levanta-questões-234804048.html>. Acesso em: 15 jul. 2012.

sexta-feira, 13 de junho de 2014

0 Será o fim do ALZHEIMER: Projeção contra o Alzheimer

Pesquisadores identificaram uma mutação genética que oferece uma proteção contra o Mal de Alzheimer, o que poderia dar origem a novos tratamentos, indica um estudo publicado nesta quinta-feira.

Segundo a pesquisa, publicada na revista científica britânica "Nature", a análise do genoma de 1.795 islandeses evidenciou uma mutação do precursor da proteína beta-amiloide (APP), habitualmente associada ao desenvolvimento do mal de Alzheimer, em uma pessoa a cada 100.

A mutação, que é ainda menos frequente na América do Norte, onde apenas uma em cada 10 mil pessoas a apresenta, traduz-se em uma redução de quase 40% na produção da proteína beta-amiloide, característica da doença. Comparando as pessoas com mais de 85 anos portadoras de Alzheimer às que não têm a doença, o pesquisador Kari Stefansson, da empresa deCODE Genetics, e seus colegas mostraram o efeito "protetor" da mutação no segundo grupo, menos afetado pelo declive cognitivo ligado à idade.

Até agora, as mutações do gene APP estavam relacionadas a formas precoces e familiares da doença, mas não às mais tardias, muito mais usuais, assinala a revista.

"Esta mutação poderia, potencialmente, representar um objetivo para encontrar tratamentos e prevenir o mal de Alzheimer", assinala a "Nature" no resumo do trabalho.

A doença neurodegenerativa, sem cura, costuma surgir após os 60 anos, e afeta 5% da população nessa faixa etária, frequência que alcança os 25% entre os indivíduos com mais de 90 anos.

Entre os autores do estudo está um pesquisador que trabalha para a empresa americana Genentech.


Fonte: 


0 Proteína de 4 bilhôes de anos é reconstruída em laboratório

Pesquisadores conseguiram recriar em laboratório uma proteína "fóssil" de 4 bilhões de anos. A descrição da molécula foi publicada no jornal Structure e pode revelar novas ideias sobre a origem da vida disse o co-autor do estudo José Manuel Sanchez Ruíz da Universidade de Granada, Espanha. 

Como a vida surgiu a 3 bilhões de anos atrás ainda é mistério e muitos cientistas já tentaram recriar em laboratório as condições atmosféricas daquele tempo. Alguns acreditam na existência de um caldo primordial rico em amônia, presente nos oceanos, que com o passar dos anos evoluiria para moléculas complexas que formaram os precursores da vida. Outros acreditam que as reações químicas de fontes hidrotermais no fundo do mar, deram vida a membrana celulares e células simples. Já outros, acreditam que a vida começou na Terra a partir de um corpo do espaço contendo os ingredientes da vida ou talvez, os próprios organismos complexos. Ao todo existem 7 grandes teorias químicas a respeito, embora a última citada, não apresente explicações sobre o processo de geração da vida extra-terrestre. 

Recriar um ambiente idêntico ao que aconteceu a bilhões de anos atrás é uma tarefa quase impossível, mas simular em laboratório um possível acontecimento não. Os pesquisadores estudaram uma classe de proteína chamada de Tiorredoxinas (thioredoxins), que realizam dúzias de funções celulares no organismo em todos os três domínios da vida: Archaea, Eukaryotes e Bacteria. As principais proteínas funcionalmente presente em todas as formas de vida sugerem que elas são as raízes primordiais, dizem os pesquisadores. 

Para recriar a proteína, o grupo analisou todas as diferenças entre as versões das proteínas encontradas nos organismos em cada domínio. Eles mapearam as diferenças que existem entre os organismos atuais que divergiram. Utilizando esta informação, eles determinaram a sequências de aminoácido similar das proteínas ancestrais de tiorredoxinas que geraram todas as outras versões das vidas mais primitivas. Eles, então, recriaram a proteína em laboratório que é incrivelmente estável e funcional em um ambiente altamente ácido. 

"Faz muito sentido, pois as pessoas acreditam que a temperatura era extramente alta e os oceanos eram ácidos naquele tempo", disse Sanchez ao LiveScience. É claro que não há evidências concretas de proteínas ancestrais, então não há como saber com certeza quão próximo a proteína recriada se assemelha à original, disse o pesquisador. 



Fonte: LiveScience

Artigo Relacionado



quinta-feira, 12 de junho de 2014

0 Série - CORPO HUMANO (part. 3)

Esqueleto, um canteiro de obra constante


Histologia do tecido ósseo
Durante toda a vida a substância óssea é construída e demolida. Os osteoblastos, as células formadoras de tecidos ósseos, expelem a substância básica de formação óssea durante tanto tempo até serem completamente envolvidos por ela. Depois disso, essas células são chamadas de osteócitos. Para que os ossos não continuem crescendo continuamente, eles dispõem de outras células, os osteoclastos, que asseguram a destruição do tecido ósseo excedente. 75% (Setenta e cinco por cento) dos ossos são constituídos de sais minerais, entre os quais o mais importante é o cálcio, que é embutido no tecido ósseo com a ajuda da vitamina D, formada sob influência da luz solar na pela, mas também absorvida através da alimentação.

Ates os 35 anos de idade, prevalecem os processos de formação e a massa óssea aumenta constantemente. Depois disso, ela começa a diminuir à razão de cerca de 1,5% ao ano. O hormônio da paratireóide (PTH ou paratormônio), secretado pelas glândulas paratireóidais, entra em ação quando o nível de cálcio no sangue diminui acentuadamente. Então ele estimula os osteoclastos a liberar cálcio dos ossos e transferi-lo para o sangue. Desse modo, a substância óssea é reduzida. Ao mesmo tempo, o corpo se esforça para absorver mais cálcio do intestino.

Finalmente, outro hormônio, a calcitonina da glândula tireóide, freia novamente a atividade dos osteoclastos. No metabolismo dos ossos, um importante papel é desempenhado pelo estrógeno, nas mulheres, e pela testosterona, nos homens.

Vista panorâmica do esqueleto humano
O tecido ósseo, que no jovem adulto é resistente à pressão como arenito, e à tração como o cobre; que é flexível como arame de aço e elástico como a madeira de carvalho, acaba ficando podre e quebradiço. Sua estrutura interna decai, o esqueleto, literalmente, implode. No decorrer da vida, o equilíbrio entre construção e demolição das células ósseas sai dos trilhos por diversas razões. Falta de hormônios, além de alimentação errada, hipertireoidismo, falta de exercícios físicos e a ingestão de medicamentos corticóides durante períodos prolongados, como pode ocorrer em casos de asma e inflamações intestinais, danificam os ossos.

A exclusão dos hormônios


A osteoporose em geral é diagnosticada precocemente por meio da chamada densitometria óssea. Para este exame servem diversos tipos de tomografias computadorizadas, bem como exames de absorciometria por dupla emissão de raios X (DXA, na sigla em inglês), um procedimento com emissão muito reduzida de radiação. O radiologista determina no fêmur ou nas vértebras da coluna lombar, o conteúdo mineral em gramas por centímetro cúbico. Se esse valor se distanciar mais de 20% do valor padrão de uma pessoa saudável de 30 anos, a osteoporose é considerada comprovada. De acordo com esses critérios de definição da Organização Mundial da Saúde (OMS), 200 milhões de pessoas ao redor do planeta sofrem dessa doença de perda óssea. Outros peritos questionam se é viável comparar os valores de pessoas mais idosas com os de jovens, e só aceitam o diagnóstico de perda óssea a partir de uma diferença de, no mínimo, 30%.

Células tronco
O tratamento medicamentoso envolve, em primeira linha, a prescrição de comprimidos de cálcio e vitamina D, além da calcitonina e do fluoreto de sódio. O tratamento profilático de substituição hormonal por estrógenos, recomendado comumente no passado para as mulheres na menopausa, já vem sendo criticado há alguns anos, uma vez que está sob suspeita de aumentar os riscos de câncer de mama. Por essa razão, muitos médicos prescrevem bifosfonatos como substituição estrogênica. A utilização de células tronco, por exemplo, cuja ajuda deve possibilitar a regeneração de tecidos ósseos destruídos (Morbus Perthes), ainda se encontra em fase de testes experimentais, como na Espanha.

Subir escadas e dançar

Alimentação rica em cálcio

Na prevenção racional de uma osteoporose figuram principalmente os meios caseiros, sem riscos, que provaram ser úteis: sol e ar fresco estimulam a produção natural de Vitamina D no organismo; a desistência de substâncias prazerosas, como bebidas alcoólicas, nicotina e cafeína impede a depleção indesejável de cálcio. Recomendados são uma alimentação balanceada e rica em cálcio (laticínios como queijos, laranjas, nozes, água) e musculação. A fraqueza da musculatura das coxas, frequentemente diagnosticada em pacientes de osteoporose, e que favorece quedas, pode ser confrontada facilmente com exercícios como subir escadas, dançar e fazer longas caminhadas. E, em cursos específicos, pessoas mais idosas podem aprender como se cai corretamente, sem se machucar.


CONTINUA...

quinta-feira, 5 de junho de 2014

0 Série - CORPO HUMANO (part. 2)

A coluna cervical


Coluna cervical
A Síndrome Cérvico-Braquial persegue os afetados até no sono. Nesse caso, as dores descem do pescoço passando pelo ombro e chegam até a mão. A causa frequente é o encolhimento (atrofia) dos discos intervertebrais, cuja função amortecedora diminui, expondo as vértebras a pressões maiores. Estas, por sua vez, reagem com a formação de novos tecidos ósseos. Resultado: hérnias ou calcificações (osteófitos, vulgarmente chamados de "bicos de papagaio") que aparecem nas bordas das vértebras, endurecem o pescoço e pressionam os nervos espinhais bem como a medula. Medidas preventivas: treinamento muscular e redução de estresse.

A coluna lombar


Hérnia de disco
Tudo começa com a protrusão - a projeção para frente do disco intervertebral. Ela resulta de uma pressão excessiva sobre a coluna vertebral inferior, a região lombar. O núcleo pulposo, gelatinoso, do disco intervertebral começa a pressionar cada vez mais contra a parede do anel fibroso que o encerra. Formam-se pequenas rupturas e, em dado momento, o anel se rompe (prolapso): o núcleo pulposo é expelido para o interior raquidiano e comprime os nervos. Ou pode ocorrer uma hérnia sequestrada: quando um fragmento herniado migra para cima ou para o interior do forame. Recomendação para estes casos: fortalecimento e reconstrução da musculatura costal.


Coluna lombar
As vértebras lombares localizam-se na extremidade inferior de nosso eixo central. Por causa disso, precisam suportar uma pressão particularmente intensa, embora a coluna vertebral seja construída de tal forma que os discos intervertebrais deveriam funcionar como amortecedores e manter a mobilidade, estabilidade e a resistência a impactos. Mas devido ao andar ereto do ser humano, são justamente essas vértebras inferiores que estão expostas às maiores exigências. Acontece que todo o peso de nosso corpo repousa sobre uma base de apenas poucos centímetros quadrados. Pela manhã, quando os discos intervertebrais se recuperaram dos esforços do dia anterior, uma pessoa jovem é entre 2 e 3 cm mais alta que à noite. Mas na idade mais avançada esses corpos gelatinosos não se regeneram mais de forma tão eficiente.

Assim como um carro que faz longas viagens, nossos amortecedores se desgastam rapidamente. Enquanto em uma criança pequena os discos intervertebrais ainda são alimentados com nutrientes por meio de vasos sanguíneos, essas canalizações de abastecimento se perdem em razão da pressão do aprender a andar. A partir desse momento, o disco intervertebral tem de se alimentar por osmose: ele suga seminutrientes de suas proximidades, e expele novamente produtos residuais resultantes - uma transformação que, nitidamente, piora a qualidade de seus tecidos e o sistema de alimentação. Além disso, o teor de água no núcleo do disco intervertebral cai de 90% no primeiro ano de vida para 75% na oitava década. A redução da capacidade amortecedora e diminuição da absorção de nutrientes já levam, a partir dos 30 anos, a um desgaste progressivo. Aos poucos o disco intervertebral vai murchando e acaba secando. O seu anel fibroso pode se romper e partes do núcleo gelatinoso se projetam para fora dele, pressionando os nervos próximos.

Na área da coluna vertebral inferior, nervos espinhais - ou raquidianos - saem dos chamados forames intervertebrais (as aberturas formadas pela articulação de duas incisuras vertebrais) que se estendem pela bacia e as pernas. Quando o corte transversal desses orifícios diminui porque nos inclinamos para o lado ou para trás e os maltratados discos intervertebrais não conseguem mais manter uma distância da vértebra, o espaço fica realmente apertado.

Hérnia de disco
Setenta e cinco por cento de todos os problemas lombares originam-se precisamente aqui. Um abaulamento do disco intervertebral pode comprimir os nervos (a chamada protrusão); o núcleo gelatinoso do disco intervertebral pode ser completamente pressionado para fora de seu invólucro (prolapso); ou apenas uma pequena parte se separa e migra (sequestro). De vez em quando, articulações vertebrais são comprimidas e então friccionam dolorosamente (síndrome facetaria). Como todos esses processos ocorrem em um espaço altamente limitado, podendo tocar tangencialmente as fibras nervosas responsáveis por regiões muito maiores do corpo, o diagnóstico preciso muitas vezes é complicado. As chamadas "síndromes de dores não específicas" se irradiam por músculos e pele, pela região lombar e os pés, pela bacia e as articulações dos joelhos e podem, através de uma reação em cadeia, espalhar-se inclusive pelas regiões superiores do corpo. Hoje em dia, os procedimentos médicos de imagens são considerados menos elucidativos, porque as modificações que podem ser constatadas objetivamente na coluna vertebral e dores individuais raramente combinam. Muitas pessoas têm um problema de hérnia de disco (ou prolapso de disco intervertebral) e se dão conta disso.

Assim, muitas vezes as crises causadas por hérnias de disco ou outros problemas vertebrais só são tratadas de acordo com o procedimento de "tentativa e erro" (trial and error, em inglês): conservativamente com repouso ou ginástica e medicamentosamente com analgesia local através de injeções de procaína ou o emprego de corticóides (particularmente cortisona). A cirurgia aberta, na qual todo um disco intervertebral é extraído, dando origem a excrescências granosas, em geral é evitada. O procedimento padrão para retirar uma hérnia de disco, ou o tecido excedente de um disco intervertebral, é a microcirurgia, na qual os cirurgiões introduzem instrumentos e iluminação por um funil em uma pequena incisão e controlam a operação por meio de um microscópio.

Para que a bacia não fique quebradiça


Quando as células ósseas morrem mais rápido do que são reconstituídas, fala-se de osteoporose. Durante muito tempo essa perda óssea não se manifesta e não apresenta sintomas. Ela só é notada quando, mesmo em pequenos acidentes, já se quebra um osso. Fraturas particularmente frequentes são as do colo do fêmur, perto da junção com a bacia. Mulheres com mais de 45 anos de idade passam mais tempo em hospitais em consequência de fraturas ósseas resultantes da osteoporose do que, por exemplo, devido a ataques cardíacos ou câncer. Mas não só nas mulheres os ossos se tornam quebradiços: 1 em cada 8 homens também é afetado pelo problema.

Cintura pélvica
No limite entre a parte superior e inferior do corpo, o chamado cinturão pélvico forma uma base estável do esqueleto humano. É aqui que se localizam os grupos musculares mais potentes e os ossos mais fortes do corpo encontram sustentabilidade. Mas é também aqui, entre as partes superior e a inferior, que os processos de perda óssea derivados da idade se manifestam primeiro. É sobretudo nas grandes vértebras lombares, nos colos de fêmures e nos ossos da bacia (particularmente o ilíaco) que a elaborada estrutura de células ósseas, sais calcários e fibras de colágeno começa a falir.


CONTINUA...


 

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